A Revolução do Empreendedorismo
Prof. Ms. Idmar França de Carvalho
INTRODUÇÃO
O empreendedorismo é consideravelmente uma disciplina nova, tendo em vista ser oriunda das transformações globais, econômicas e sociais do mercado moderno e globalizado.
Apresentaremos nesta unidade o histórico, conceitos e principais definições (de diversos autores) sobre o Empreendedorismo e o profissional empreendedor.
Vamos perceber sutis diferenças nos tipos de conceituação e abordagens, principalmente em relação a dinâmica cultural, econômica e social dessas escolas.
Vamos lá.
1. EMPREENDEDOR SOFRE!
Atentem – se sobre a visão de mercado desses respeitados profissionais em suas respectivas épocas, sobre as mudanças tecnológicas em sua geração...
“Em termos comparativos, o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20”.
Timmons, 1990.
Historicamente, empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada de alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa, visando à diminuição de custos e melhoria de resultados.
Percebe-se ainda que o termo é constantemente relacionado à criação de novos negócios, geralmente micro e pequenas empresas. Isto tem gerado certa confusão de definições, pois muitas pessoas tem considerado o empreendedorismo como sendo sinônimo do ato de abrir (constituir) empresas.
Definições mais abrangentes mostram que o empreendedorismo vai muito além do ato de abrir novas empresas e que pode estar relacionado a vários tipos de organizações, em vários e diferentes estágios de desenvolvimento (DORNELAS, 2005).
Mas... Afinal empreendedorismo o que é?
2. A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO PARA O BRASIL E O MUNDO
Os pujantes mercados e seus economistas percebem que o empreendedor é essencial ao processo de desenvolvimento econômico, e em seus modelos estão levando em conta os sistemas de valores da sociedade, em que são fundamentais os comportamentos individuais dos seus integrantes. Ou seja, não haverá desenvolvimento econômico sem que na sua base existam Líderes Empreendedores.
Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender. Sozinhos e Sempre (autonomia). Como realiza o empreendedor na via real: “fazendo, errando, aprendendo”. (CHAGAS, 2000).
O consagrado autor Peter Drucker (1998), considerado um dos pais da administração moderna, não vê os empreendedores causando mudanças, mas vê os empreendedores explorando as oportunidades que as mudanças criam (na tecnologia, na preferência dos consumidores, nas normas sociais, entre outras).
Os brasileiros são vistos por muitos autores como potenciais empreendedores. A Cultura do Brasil é a do empreendedor espontâneo, que só precisa de estímulo e oportunidades para desenvolver suas potencialidades.
O Brasil é um dos países com maiores riquezas naturais do planeta, ainda relativamente pouco exploradas, principalmente o potencial empreendedor dos brasileiros. Somos um gigante, um continente com infinidades de desafios e oportunidades de negócios que nos levem ao patamar de nação desenvolvida tecnologicamente.
Filiou (2000), em seu artigo apresentado na Revista de Administração de Empresas, com o título: Diferenças entre sistemas gerenciais de empreendedores e operadores de pequenos negócios; cita ao menos seis obstáculos (desafios) que o empreendedor brasileiro terá que superar para conquistar seu espaço no mercado global.
1° - Pouca Autoconfiança.
2° - Falta de disciplina.
3° - Demasiada Burocracia.
4° - Falta de confiança que existe entre brasileiros.
5° - Necessidade de compartilhamento de ideias e tecnologias.
6° - A necessidade de desenvolver abordagens próprias, que correspondam às características profundas da cultura brasileira.
A Revisa Exame (mar, 2015) publicou na sua pagina de economia, o artigo: “Brasil é o primeiro em ranking de empreendedorismo global”, por Murilo Rodrigues Alves. Trazendo dados muito interessantes para nossa avaliação da atividade empreendedora no Brasil e no mundo.
Segundo o artigo, três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, a taxa total de empreendedorismo no Brasil aumentou de 23%, em 2004, para 34,5% no ano passado. Metade desses empreendedores abriu seus negócios há menos de três anos e meio.
Os dados são da nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O levantamento mundial sobre o empreendedorismo é fruto da parceria entre a London Business School e o Babson College (2015).
Começou em 1999 com dez países, mas, desde então, quase 100 países se associaram ao projeto. Em 2014, a pesquisa atingiu 75% da população global e 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos das cinco regiões do país.
Na comparação mundial, o Brasil se destaca com a maior taxa de empreendedorismo, quase 8 pontos porcentuais à frente da China, o segundo colocado, com taxa de 26,7%. O número de empreendedores entre a população adulta no país é também superior ao dos Estados Unidos (20%), Reino Unido (17%), Japão (10,5%) e França (8,1%). Entre as economias em desenvolvimento, a taxa brasileira é superior à da Índia (10,2%), África do Sul (9,6%) e Rússia (8,6%).
O que mais chama atenção nesta pesquisa, é que o Brasil esta migrando do chamado ¹empreendedorismo por Necessidades, para o empreendedorismo por Oportunidades. Isso demostra que o Empreendedorismo em todos os seus aspectos, vem assumindo lugar de destaque e estudo nas políticas econômicas dos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, como ferramenta de Fomento de capital e mobilidade social e econômica dessas populações.
3. APLICAÇÕES DO EMPREENDEDORISMO
Praticamente em todos os setores da economia brasileira e global, e à partir da década de 90, principalmente no advento do crescimento e consolidação do empreendedorismo no setor de Serviços.
Alguns exemplos da aplicação e ação da atividade empreendedora:
- Uma pequena empresa em início de desenvolvimento.
- Uma média empresa em fase de crescimento.
- Uma empresa familiar em fase de profissionalização.
- Uma ONG (Organização Não Governamental).
- Em entidades e órgãos públicos.
- Em associações e cooperativas.
- Em empresas já estabelecidas, que buscam renovação e crescimento.
- Empreendedorismo social.
Enfim, o leque de atuação do profissional (gestor) empreendedor é amplo, e cabe ressaltar que o jovem Estado de Rondônia é considerado em vários segmentos econômicos como um dos Estados brasileiros de maior “oportunidade” para novos negócios/empreendedores.
¹Termo atribuído aqueles que iniciaram um empreendimento autônomo por não possuírem melhores opções para o trabalho e precisam abrir um negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias, pessoas que perderam o emprego ou tem dificuldades em recolocar-se no mercado de trabalho.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
CHAGAS, F. C. D. (2000). O ensino de empreendedorismo: panorama brasileiro. In: Instituto Euvaldo Lodi. Empreendedorismo: ciência técnica e arte.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2003.
DOLABELA. Fernando. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura,1999.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
GEM - Global Entrepreneurship Monitor (GEM), Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O levantamento mundial sobre o empreendedorismo, e parceria entre a London Business School e o Babson College: 2015.
MAXIMINIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração Para Empreendedores. São Paulo: Pearson, 2007.
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